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Já existe um consenso de que a exposição à poluição pode trazer prejuízos à saúde cardiovascular dos moradores das grandes cidades. Agora, um experimento que teve a participação de 26 pacientes com insuficiência cardíaca e 15 pessoas saudáveis sugere que o uso de uma máscara respiratória simples – dessas usadas por trabalhadores da construção civil para se proteger da poeira – é capaz de reduzir de forma considerável o impacto negativo na saúde do coração.

O estudo, desenvolvido no Núcleo de Insuficiência Cardíaca do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), também concluiu que a poluição piora o desempenho físico tanto de pacientes com insuficiência cardíaca quanto de pessoas saudáveis.

Os pesquisadores submeteram os voluntários – 26 pessoas com insuficiência cardíaca e 15 pessoas saudáveis – a três diferentes situações dentro de um ambiente controlado: exposição ao ar limpo, exposição ao ar poluído e exposição ao ar poluído filtrado pela máscara. Esses voluntários receberam o ar direto de um equipamento como o que pode ser visto na foto.

Pesquisador Jefferson Luís Vieira demonstra equipamento utilizado por voluntários em pesquisa sobre poluição feita no Incor (Foto: Jefferson Luís Vieira/Arquivo pessoal)Pesquisador Jefferson Luís Vieira demonstra equipamento utilizado por voluntários em pesquisa sobre poluição feita no Incor (Foto: Jefferson Luís Vieira/Arquivo pessoal)

O cardiologista Jefferson Luís Vieira, autor da pesquisa, explica que a concentração da poluição utilizada no estudo é maior do que a recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas menor do que a comumente observada em regiões de grande circulação de carros em uma cidade como São Paulo.

 
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Para avaliar o impacto da poluição no sistema cardiovascular, foram usadas algumas medidas, entre as quais a função endotelial – relacionada à contração dos vasos sanguíneos – e o hormônio BNP – relacionado a falhas no funcionamento cardíaco.
Mesmo uma exposição relativamente curta aos poluentes – de apenas 21 minutos – foi suficiente para promover uma piora da função do coração, segundo essas medidas.

“Mais do que esses achados, o estudo mostrou um potencial mecanismo de benefício do filtro”, diz Vieira. O pesquisador observa que é difícil imaginar o brasileiro andando com máscaras na rua, prática já comum no Japão. “Pelo menos para pacientes com insuficiência cardíaca, o uso da máscara tem esse potencial benefício, assim como para taxistas ou motoristas de ônibus, que se expõe diariamente à poluição.”

Atividade física e poluição
Quando os voluntários se submeteram à prática de atividade física em esteira, foi evidente a queda de desempenho na presença da poluição tanto para os pacientes com insuficiência cardíaca quanto para os saudáveis, o que também foi revertido em parte pelo uso do filtro da máscara.

“Um achado secundário do estudo é que exercitar-se ao ar livre em lugares de alta poluição pode atenuar os benefícios dos exercícios”, observa o pesquisador.

O projeto de pesquisa foi o doutorado de Jefferson Luís Vieira, defendido esta semana em São Paulo, sob a orientação de Edimar Alcides Bocchi, diretor do Núcleo de Insuficiência Cardíaca do Incor. Resultados parciais já foram publicados em duas revistas especializadas: o Journal of the American College of Cardiology (JACC: Heart Failure), em janeiro, e o International Journal of Cardiology, em abril.

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